Instituição
Hospital da LuzAutores:
Rosado, Nazaré; Duarte, AndreiaO que foi feito ?:
Definição da estrutura dum cartão de identificação para todos os doentes oncológicos em tratamento com imunoterapia.
Porque foi feito ?:
Na última década houve grandes avanços na aplicação da imunoterapia, com a descoberta de novas vias de sinalização e desenvolvimento de anticorpos monoclonais que inibem os travões moleculares a nível clínico. Conseguiu-se finalmente desenvolver um tratamento baseado na activação eficaz dos linfócitos de modo a que estes destruam as células tumorais. Contudo, estas terapias biológicas representam um desafio constante na gestão da toxicidade imuno-mediada associada a estes novos fármacos. Para além da aprendizagem da equipa de oncologia, sobre a detecção precoce e tratamento destes novos eventos adversos, outros profissionais de saúde, noutras especialidades médicas poderão ser confrontados com a “toxicidade imunológica” destes medicamentos, que pode ocorrer em qualquer altura, durante o tratamento ou após descontinuação do mesmo.
Na sequência de 2 casos com reações adversas imunológicas graves, não identificadas em contexto de urgência, por clínicos de especialidades não oncológicas, surgiu a necessidade de elaborar uma estratégia para sinalizar estes doentes e optimizar a implementação das medidas de suporte adequadas
Como foi feito?:
O cartão, com dimensão pouco superior a um cartão multibanco, é entregue ao doente na consulta médica, preenchido com informação referente ao fármaco prescrito, identificação do médico assistente e contacto de urgência.
Para além da recomendação relativa à leitura da check list de efeitos adversos mais frequentes e que requerem monitorização, o doente é aconselhado a guardar o cartão consigo e a apresentá-lo sempre que recorre a um médico de outra especialidade ou de outra instituição. Todos os profissionais de saúde têm disponível no cartão, a informação sobre mecanismo de ação da terapêutica e toxicidade associada, bem como medidas de atuação e meios para contactar o oncologista.
O que se concluiu?:
Na suspeita de reações adversas imunitárias, deve ser assegurada uma avaliação adequada para
confirmar a etiologia ou excluir outras causas e com base na gravidade da reação adversa, medidas farmacológicas adicionais devem ser instituídas.
Esta iniciativa do serviço farmacêutico, com o apoio dos médicos oncologistas, surge da necessidade institucional de criar um método que permita, em situações de urgência e/ou emergência, os profissionais de saúde tenham acesso rápido à informação de segurança importante relativa ao doente em tratamento com imunoterapia.
Neste sentido, idealizou-se um cartão de identificação para estes doentes, não associado apenas a um medicamento/laboratório específico mas para um grupo farmacoterapêutico, de forma a assegurar que as reações adversas associadas a esta terapêutica biológica, sejam detectadas precocemente, quando observadas por outras especialidades médicas, ou noutra unidade de saúde.
O que fazer no futuro?:
diagnóstico e gestão eficaz da toxicidade da imunoterapia
Palavras chave :
cartãodoente
imunoterapia
toxicidade