Instituição
Hospital Garcia de OrtaAutores:
Ana Soares; Armando AlcobiaO que foi feito ?:
No Hospital Garcia de Orta, o Farmacêutico é um membro ativo da equipa multidisciplinar de cancro do pulmão, estando presente na consulta semanal de decisão terapêutica desde Janeiro de 2016. A contribuição do farmacêutico tem sido o aporte de informação atualizada relativa à eficácia e segurança dos tratamentos, à sua custo-eficácia e à sua disponibilidade. A sua presença do farmacêutico permitido a utilização de tratamentos inovadores, racionalizado a utilização dos tratamentos disponíveis e optimizado a comunicação com a Comissão de Farmácia e Terapêutica e Infarmed, diminuindo tempos de espera.
Porque foi feito ?:
O tratamento dos doentes com carcinoma do pulmão é complexo e muito tem evoluído nos últimos anos, sendo que o tempo de atuação é crucial para o aumento da sobrevida e da qualidade de vida destes doentes. A abordagem multidisciplinar, em reunião de decisão terapêutica, é atualmente considerada como indispensável na gestão destes doentes. Pretende-se melhorar a qualidade da atividade assistencial, conseguindo o melhor tratamento possível e diminuindo os tempos de espera do doente entre diagnóstico e tratamentos. A especificidade e personalização da terapêutica necessária, torna o farmacêutico essencial neste contexto, contribuindo para o melhor cuidado do doente.
Como foi feito?:
A equipa multidisciplinar pneumologia oncológica reune semanalmente para discutir o diagnóstico e as opçõe de tratamento dos doentes com cancro do pulmão. Incluí um grupo de profissionais dedicados das seguintes especialidades: Pneumologia/Pneumologia Oncológica, Cirurgia Torácica, Radio-oncologia, Anatomia Patológica, Radiologia, Medicina Nuclear, Cuidados Paliativos, Farmácia Hospitalar e Enfermagem.
O que se concluiu?:
São discutidos cerca de 280 casos anualmente, o que corresponde a uma média de 200 doentes. A maioria acaba por receber tratamento farmacológico, tendo sido solicitadas cerca de 100 autorizações à Comissão de Farmácia e terapêutica por ano. Com a colaboração ativa do farmacêutico, já 20 doentes foram tratados com fármacos inovadores, em programas de acesso precoce prévios à introdução no mercado em Portugal.
A decisão tomada numa equipa multidisciplinar garante uma avaliação sistematizada dos casos, melhora a concordância com a evidência disponível, melhora a comunicação e colaboração entre os profissionais, encurta os tempos de espera e melhora o cuidado ao doente.
O que fazer no futuro?:
No futuro próximo iniciaremos a consulta farmacêutica destes doentes, que já conhecemos da consulta de decisão terapêutica, melhorando assim o grau de informação que é possível aportar à equipa multidisciplinar. Isto permitirá a recolha sistemática dos dados de vida real, fundamentais na ajuda à decisão.
Esta participação do farmacêutico, que é prática no nosso hospital, deveria ser alargada a todos os centros que tratam cancro do pulmão.
Palavras chave :
Cancro do pulmãoEquipa Multidisciplinar
Consulta de decisão terapêutica