VALIDAÇÃO DO PROTOCOLO DE DESSENSIBILIZAÇÃO DE OXALIPLATINA

Oncologia


Instituição

IPO Lisboa

Autores:

Maria João Teixeira, Vera Pires, Rute Varela

O que foi feito ?:

Validar a utilização do novo protocolo de dessensibilização elaborado pelos Serviços Farmacêuticos juntamente com o serviço de oncologia da nossa Instituição e, verificar a sua segurança e eficácia.

Porque foi feito ?:

A oxaliplatina é utilizada como 1ª linha para o tratamento do carcinoma colorretal e gástrico. [1]. Vários doentes descontinuam esta terapêutica devido a reações de hipersensibilidade (HSR), e a substituição por outro agente pode afetar negativamente a sobrevida. [2] Outra opção é realizar protocolos de dessensibilização.

Como foi feito?:

Foi feito um estudo retrospetivo dos processos clínicos de todos os doentes a realizar terapêutica com oxaliplatina após HSR, entre janeiro de 2017 e julho de 2018. O protocolo de dessensibilização utilizado envolve quatro diluições (1:10000, 1:1000, 1:100 e 1:10) da dose total de oxaliplatina. Começando com a dose mais baixa, cada diluição é infundida durante 60 minutos e, a diluição final (90% da dose total) é perfundida durante 2 horas. O HSR foi classificado de acordo com a versão 3.0 do Common Toxicity Criteria.

O que se concluiu?:

Foram incluídos neste estudo, 8 mulheres e 1 homem com idade média de 62 anos. O diagnóstico mais frequente foi o cancro colorretal 56% (5), gástrico 22% (2) e esofágico 11% (1). 67% (6) dos pacientes foram tratados com Xelox, 22% (2) com EOF ou EOX, e 11% (1) com Gemox. Durante a HSR inicial, antes da dessensibilização, os efeitos adversos (EA) mais sentidos foram, 78% de sintomas dermatológicos, 44% dispneia, 22% gastrointestinais e 11% neurológicos/musculares; 8 pacientes apresentaram reações de grau 2-3 (moderada ou grave). HSR para oxaliplatina ocorreu após uma mediana de 1 infusão (intervalo: 1-2). Foram realizadas 33 infusões do protocolo de dessensibilização da oxaliplatina (mediana, 4 infusões; intervalo: 1-6). Dos 9 pacientes, 6 completaram o protocolo de dessensibilização e estão clinicamente estáveis com follow-up entre 3-15 meses. Apenas 3 pacientes não completaram o protocolo, um por reação anafilática, um por progressão, outro morreu por doença.

O que fazer no futuro?:

A incidência global de EA, após os protocolos de dessensibilização, foi baixa e os doentes que realizaram o tratamento atingiram a estabilidade clínica, o que confirma que os protocolos de dessensibilização de oxaliplatina são eficazes e seguros e, fornecem uma opção para permitir que os pacientes continuem o tratamento. No futuro pretendemos realizar um estudo com mais doentes e com mais fármacos que nos permita tirar conclusões mais robustas sobre a nossa população.

Palavras chave :

Oxaliplatina
protocolo
Dessensibilização
Carcinoma
 
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