Grupo de Controlo de Infeções na Marinha

Infecciologia


Instituição

Marinha

Autores:

Helena Fernandes, Moisés Henriques, Luísa Olivença, Maria da Luz Correia, Pedro Lóios, Telma Batista, André Dias, Ana Proença, Maria João Carvalho

O que foi feito ?:

Foi criado o Grupo de Controlo de Infeções na Marinha (GCIM), um órgão de consultadoria da Direção de Saúde da Marinha, com autonomia técnica para: estudar e propor a implementação, na Marinha, de medidas de prevenção, deteção e controlo de infeções passíveis de transmissão e contágio, promovendo, neste âmbito, as ações tidas por adequadas em articulação com as Unidades, Estabelecimentos e Órgãos dos vários setores; emitir pareceres sobre os temas da sua área de atuação, sempre que tal lhe for solicitado ou quando o considerar oportuno; e elaborar e ministrar os conteúdos formativos necessários ao cumprimento das medidas propostas.

Porque foi feito ?:

A pandemia provocada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2 veio impor a instituição urgente de medidas de prevenção, deteção e controlo de infeção, eficazes e adaptadas à realidade da Marinha, de acordo com diverso normativo interno e externo. Além disso, importando assegurar uma ação contínua e efetiva, que permita consolidar procedimentos e garantir a preparação da Marinha para futuras situações semelhantes, foi identificada a necessidade de edificar um grupo multidisciplinar da área da saúde com experiência em controlo de infeção.

Como foi feito?:

O Almirante Chefe do Estado-Maior da Armada, ao abrigo da alínea a) do n.º 1 do artigo 17.º da Lei Orgânica de Bases da Organização das Forças Armadas, aprovada pela Lei Orgânica n.º 1-A/2009, de 7 de julho, alterada e republicada pela Lei Orgânica n.º 6/2014, de 1 de setembro, determinou a criação do GCIM com as seguintes competências:
a. Promover, apoiar e supervisionar a implementação das práticas de prevenção e controlo de infeção, nomeadamente no que se refere à higiene das mãos, ao uso de equipamento de proteção individual e de controlo ambiental, e à higienização de superfícies frequentemente manuseadas;
b. Promover, apoiar e supervisionar a implementação das práticas de desinfeção de dispositivos médicos reprocessáveis e descontaminação de áreas contaminadas;
c. Garantir práticas locais de isolamento para contenção de agentes multirresistentes, assegurando a gestão racional dos recursos físicos existentes de acordo com a gestão de prioridades de risco e garantindo o fluxo de informação;
d. Garantir o cumprimento obrigatório dos programas de vigilância epidemiológica de infeção associada a cuidados de saúde e de resistências aos antimicrobianos;
e. Promover e corrigir as práticas de uso de antibióticos, nomeadamente através da implementação de programa de assistência à prescrição antibiótica, tanto em profilaxia como em terapêutica;
f. Verificar o cumprimento do normativo em vigor mediante a realização de auditorias.
Considerando que a valorização e o reconhecimento da importância da prevenção e controlo de doenças infeciosas sempre existiram no seio da Saúde Naval, foi desenvolvido pelos profissionais de saúde do GCIM um conjunto de ações para a edificação, formação e emprego de militares da Marinha no apoio ao combate à pandemia, nomeadamente, na formação das equipas de descontaminação e sensibilização da Marinha e no planeamento do seu emprego, quer internamente, quer em apoio à proteção civil.
Na contabilidade das atividades dinamizadas pelo GCIM incluem-se já:
a. Formação:
1) Descontaminação: 55 ações de formação com a presença de 739 militares e 59 bombeiros civis;
2) Unidades navais em missão de longa duração;
3) Escola de Autoridade Marítima – Praia Segura – Vigilância Apeada: 393 militares formados para medidas preventivas e higienização COVID-19 nas praias;
4) Comando Naval: 2 ações de formação para Unidades Navais, 1 ação de formação para Unidades em Terra e 1 ação de formação para a Messe de Cascais;
5) Constituição de 29 equipas de sensibilização para medidas preventivas e higienização COVID-19, tendo as ações de sensibilização decorrido em escolas (60), mestres e contramestres (25), prisões (6), lares (224), pousadas da juventude (3);
6) Ações complementares de atualização sobre Limpeza e Higienização nos Lares e domicílios apoiados pelo Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social (30).
b. Descontaminações:
1) Empenhamento de 443 militares num total de 105 descontaminações realizadas na Marinha;
2) Empenhamento de 110 militares num total de 9 descontaminações realizadas no exterior (por exemplo, Lar CAS Oeiras, Escola Andrade de Anselmo, Pousada da Juventude de Almada);
3) Orientação de um total de 30 ações passivas.
c. Consultadoria:
1) Publicação de 18 orientações técnicas e 7 pareceres técnicos;
2) Realização de 4 filmes formativos e apoio a 1 filme formativo do ISN e 1 filme formativo da IGM.
d. Iniciativas:
1) Boletim do GCIM: com edição trimestral desde setembro de 2021 e divulgação por todos os elementos da Marinha
2) Ação de sensibilização “Conhecimentos, atitudes e comportamentos relativos ao uso de antibióticos” por ocasião das comemorações do Dia Europeu do Antibiótico (18NOV2021) com o objetivo de descrever os conhecimentos, atitudes e comportamentos relativos ao uso de antibióticos na Marinha Portuguesa, tendo os resultados revelado haver oportunidades de melhoria na literacia sobre antibióticos dos participantes.

O que se concluiu?:

A criação do GCIM e o seu funcionamento revelou-se de capital importância para o sucesso da resposta da Marinha à pandemia COVID-19. O valor agregado dos elementos que constituíram e constituem este Grupo, traduzido nas diversas iniciativas dinamizadas e implementadas, é hoje amplamente reconhecido na Marinha e na Sociedade Civil.

O que fazer no futuro?:

O GCIM vai manter a sua atividade em prol da prevenção, deteção e controlo de infeção na Marinha Portuguesa.

Palavras chave :

Infeções
COVID-19
PREVENÇÃO
SARS-CoV-2
 
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