Instituição
Hopistal da Luz LisboaAutores:
Joana Simões ; Fábio Glória ; Andreia Colaço ; José Branco ; Carolina Marques ; Maria Rosado ; Miriam Capoulas; Cláudia SantosO que foi feito ?:
Foi estimada a prevalência e o possível risco associado às potenciais interações medicamentosas detetadas no âmbito do tratamento do doente oncológico.
Porque foi feito ?:
A ocorrência de interações medicamentosas existe quando o efeito de um fármaco é alterado devido à administração concomitante de outro medicamento,
sendo uma causa importante de diminuição de eficácia ou aumento de toxicidade. Na prática hospitalar, este aspeto reveste-se de uma maior importância quando se consideram medicamentos com estreita margem terapêutica ou que requerem manutenção de determinados níveis séricos, como sejam os medicamentos oncológicos. Adicionalmente, os doentes polimedicados apresentam um risco aumentado de interações medicamentosas, pelo que a sua ocorrência pode provocar efeitos não desejados e respostas negativas ao tratamento, levando inclusive à suspensão do mesmo.
A complexidade dos mecanismos associados às interações medicamentosas necessita de uma abordagem multidisciplinar, que depende da classificação do
risco da interação. A presença de farmacêuticos hospitalares capacitados e integrados na equipa de oncologia é fundamental para garantir o sucesso do
tratamento proposto, detetando potenciais interações que possam provocar dano ou comprometer a eficácia do tratamento.
Como foi feito?:
Estudo observacional retrospetivo num período de 20 meses, entre janeiro de 2022 e dezembro de 2023. Foram incluídos os doentes oncológicos seguidos no âmbito de hospital dia médico de oncologia e ambulatório, com proposta de início ou mudança de esquema terapêutico.
O que se concluiu?:
Este estudo permitiu verificar uma maior prevalência de interações clinicamente relevantes nos doentes com cancro de mama, o que pode estar relacionado
com a fragilidade dos mesmos, bem como com a medicação de domicílio instituída. A existência de medidas implementadas na deteção e registo de interações
medicamentosas, permite uma intervenção farmacêutica direcionada, com vista a otimizar a terapêutica e resultados.
Face ao nosso estudo, de modo a tornar a análise dos dados mais robusta, encontram-se em processo de revisão os critérios a preencher, de modo a incluir o
género, a idade e medicamentos verificados.
O que fazer no futuro?:
A gestão da deteção das interações medicamentosas cria a possibilidade de avaliar outros parâmetros que possam
influenciar o decurso do tratamento, tais como a própria patologia, o grupo farmacoterapêutico e a farmacocinética/farmocodinâmica do fármaco. Assim, este
estudo poderá permitir dinamizar a monitorização farmacocinética de medicamentos oncológicos
Palavras chave :
interações medicamentosasprevalencia
Risco
medicamentos oncologicos