* Intervenção Farmacêutica na Preparação Personalizada de Testes para Diagnóstico de Hipersensibilidade a Medicamentos

Produção de Medicamentos em Farmácia Hospitalar


Instituição

Unidade Local de Saúde de Santo António

Autores:

António Mendes, Anabela Caldeira, Bárbara Santos, Patrocínia Rocha

O que foi feito ?:

Os Serviços Farmacêuticos da Unidade Local de Saúde de Santo António (ULSSA) passaram a preparar na sua Unidade de Farmacotecnia, em colaboração com a Imunoalergologia, os testes cutâneos utilizados para diagnosticar hipersensibilidade a medicamentos, sempre que estes não se encontram comercializados.
Nos últimos 3 anos, esta iniciativa possibilitou a preparação, em condições ambientais controladas e cumprindo os requisitos de qualidade associados a cada forma farmacêutica (uniformidade, esterilidade, compatibilidade, etc.), de centenas de testes para diagnóstico por picada (skin prick test), testes intradérmicos (IDT) e testes de contacto (patch test).

Porque foi feito ?:

A hipersensibilidade aos medicamentos pode ser responsável por uma percentagem significativa das reações adversas aos medicamentos sendo os testes cutâneos uma ferramenta de diagnóstico de grande utilidade na Imunoalergologia.
Na suspeita de reações de hipersensibilidade imediata, os testes indicados incluem os testes por picada (skin prick test) e/ou intradérmicos (IDT); nas reações de hipersensibilidade não imediata poderão estar indicados testes intradérmicos com leitura tardia e/ou testes de contacto (patch test).
As opções disponíveis no mercado não cobrem todas as necessidades para a execução deste tipo de testes, recorrendo-se frequentemente a preparações extemporâneas. Estas preparações, habitualmente conduzidas por profissionais não farmacêuticos das unidades de saúde, reportam para o enquadramento legal dos medicamentos manipulados e beneficiam de um maior rigor e qualidade final quando preparadas nas Unidades de Farmacotecnia dos Serviços Farmacêuticos.
O maior envolvimento dos Serviços Farmacêuticos da ULSSA nesta área, especialmente após a pandemia COVID-19 em que preparou dezenas de testes cutâneos para diagnóstico de hipersensibilidade aos excipientes das vacinas, transformou uma iniciativa farmacêutica que era insipiente numa parceria relevante e diferenciadora entre os Serviços Farmacêuticos e a Imunoalergologia.

Como foi feito?:

Os Serviços Farmacêuticos da Unidade Local de Saúde de Santo António (ULSSA) passaram a preparar na sua Unidade de Farmacotecnia, em colaboração com a Imunoalergologia, os testes cutâneos utilizados no diagnóstico de hipersensibilidade a medicamentos, sempre que estes não se encontram comercializados.
As solicitações são analisadas. Após consulta bibliográfica, são desenvolvidos e validados procedimentos, sob a forma de fichas de preparação. Esta pesquisa compreende a análise das características físico-químicas de cada substância ativa, o estudo das concentrações “não irritativas” máximas recomendadas, a compatibilidade com os potenciais solventes, as diluições passíveis de preparação para cada forma farmacêutica e as condições ambientais em que deve ser desenvolvida a manipulação.
As preparações são efetuadas por um Farmacêutico cumprindo com as Boas Práticas de Preparação de Medicamentos Manipulados, em ambientes adequados à preparação de cada uma das formas farmacêuticas, de acordo com os procedimentos validados.
Com base nesta colaboração, foram já preparados testes de contacto (patch test) com as substâncias ativas: Progesterona, Metronidazol, Tofacitinib, Rifampicina, Isoniazida, Pirazinamida, Etambutol, Pirfenidona, Entecavir, Esomeprazol, Tenofovir, Etoricoxib, Parecoxib e Etodoloac.
Foram também preparados testes para diagnóstico por picada (skin prick test) e testes intradérmicos (IDT) com as substâncias ativas: Ácido Fólico, Ciprofloxacina, Levofloxacina, Deflazacorte, Hidrocortisona, Dexametasona, Betametasona, Nitrofurantoína, Metilprednisolona, Macrogol 3350, Polissorbato 80, Omeprazol, Lansoprazol, Pantoprazol, Rabeprazol, Esomeprazol, Hidroxocobalamina, Lidocaína e Cloro-hexidina.

O que se concluiu?:

Esta iniciativa permitiu, nos últimos 3 anos, a preparação de centenas de testes para diagnóstico por picada (skin prick test), testes intradérmicos (IDT) e testes de contacto (patch test).
A Intervenção Farmacêutica é fundamental para garantir a qualidade final das preparações. A preparação nos Serviços Farmacêuticos garante rigor nas pesagens e medições, e manipulação em condições ambientais adequadas, fundamental no que respeita a formas farmacêuticas estéreis e perigosas. Permite ainda a administração segura de substância ativas apenas disponíveis em medicamentos não estéreis, por vias invasivas.

O que fazer no futuro?:

Continuar a colaboração com a Imunoalergologia, disponibilizando os testes cutâneos utilizados no diagnóstico de hipersensibilidade a medicamentos, como medicamentos manipulados, sempre que solicitado.
Criar condições para alargar esta iniciativa a todos os testes cutâneos de hipersensibilidade a medicamentos de toda a ULSSA.
Esta atividade é passível de implementação em todos as entidades que disponham de uma unidade de farmacotecnia adequadamente equipada.

Palavras chave :

Medicamento Manipulado
Personalização da Terapêutica
Farmacotecnia
 
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