Suplementação e intervenção do farmacêutico em doentes oncológicos

Oncologia


Instituição

Hospital Pedro Hispano - Unidade Local Saúde de Matosinhos.

Autores:

Anita Dourado, Sofia Pinto.

O que foi feito ?:

Estudo de dados de vida real dos doentes onco-hematológicos da ULSM para identificação de interações entre medicação oncológica e suplementação/produtos naturais e chás.

Porque foi feito ?:

O tratamento médico responde cada vez mais eficazmente a esta doença, no entanto está associado a efeitos adversos que causam desconforto, dor e diminuição de qualidade de vida do utente oncológico. Intrinsecamente a esta doença está associada uma vulnerabilidade, quer psicológica quer física e, por isso, o utente oncológico recorre, muitas vezes, à suplementação, quer seja através de chás ou suplementos alimentares, cujo objetivo primordial é reforçar o sistema imunitário e/ou complementar o tratamento oncológico, promovendo um melhor bem-estar geral. Uma vez que esta procura tem crescido de forma acentuada, é importante garantir que este uso não compromete a eficácia, a segurança, nem cause interações com a medicação oncológica realizada por estes doentes. No entanto, a informação relativa aos suplementos alimentares e outros produtos naturais é limitada e nem sempre de fácil acesso.

Como foi feito?:

Através da entrevista clínica durante o atendimento e dispensa farmacêutica, será preenchido um inquérito com questões standard, para recolha de dados relativos à medicação e suplementação do doente.
Criação de uma tabela com os medicamentos oncológicos, a sua via de metabolização e as suas principais interações com os suplementos alimentares e produtos naturais/chás. Esta funcionará como um guia rápido de consulta e de apoio à entrevista clínica. Esta tabela resultará de uma revisão na literatura, com pesquisa bibliográfica, de modo a complementar e sustentar a informação prestada ao doente.
Cartão ou Folheto informativo com algumas recomendações, as principais interações e contactos telefónicos em caso de dúvida.

O que se concluiu?:

O consumo destes produtos é cada vez mais procurado, com base na premissa de que o que é natural é desprovido de efeitos adversos, muitas vezes sem uma análise criteriosa da sua constituição e condição de saúde do doente oncológico.
Em determinados casos e, por ocultação da toma deste tipo de produtos, o tratamento oncológico é suspenso ou procede-se à alteração posológica, devido a toxicidade/ineficácia do mesmo, causada por possíveis interações entre medicação e suplementação.
É necessário que haja uma comunicação percetível e assertiva entre farmacêutico e utente, pois este tem um papel crucial na informação prestada a estes doentes, garantindo o uso seguro deste tipo de produtos, adaptados à realidade de cada um, evitando possíveis reações de toxicidade medicamentosa ou perda da sua eficácia.

O que fazer no futuro?:

Promoção da educação do doente no consumo seguro de suplementos, alertando para nunca desvalorizar o seu potencial de interação, salientando que qualquer alteração ou introdução de medicamentos ou suplementos deve ser sempre notificada ao médico ou farmacêutico.
Notificação de reações adversas nas plataformas correspondentes e follow up das mesmas.
Melhoria da regulamentação e supervisão dos suplementos alimentares, pois estes estão sob a alçada da Direção Geral de Alimentação e Veterinária, estabelecendo parâmetros de avaliação e critérios de controlo rigorosos para a sua introdução no mercado.

Palavras chave :

Suplementação, interação, farmacêutico, oncologia.
 
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