Validação de critérios de alto risco na reconciliação terapêutica na cirurgia ortopédica major: um estudo Delphi

Gestão de Farmácia Hospitalar


Instituição

Hospital Da Luz Lisboa

Autores:

Jesús Luque, Mafalda Cavalheiro, Patricia Silva, Hélder Mota Filipe, Fátima Falcão, Daniel Caldeira, João Costa, Ricardo Fernandes, Isabel Vitória, Marta Lavrador, Margarida Castel-Branco, Paula Fresco, Fernando Fernández – Llimos, Gonçalo Duarte, João

O que foi feito ?:

Validar os critérios que identificam doentes com maior risco de sofrer eventos adversos relacionados com a medicação no âmbito da reconciliação terapêutica submetidos a cirurgia ortopédica major.

Porque foi feito ?:

A reconciliação terapêutica (RT) define-se como o processo de análise da medicação, com o objetivo de evitar discrepâncias. Promove-se a adesão à terapêutica, contribuindo para a prevenção de incidentes relacionados com a mesma. A RT tem relevância na transição de cuidados clínicos, no entanto, dado os recursos limitados, é necessária a identificação dos doentes que possam beneficiar mais desta atividade no contexto hospitalar.

Como foi feito?:

Estudo observacional prospectivo. Utilizou-se a técnica Delphi através de um questionário realizado em 3 fases (Abril a Junho 2023), para obter consenso nos critérios de inclusão. Estes critérios foram definidos previamente por uma equipa multidisciplinar, baseados na probabilidade de risco de acontecimento do evento adverso. Cada perito classificou os critérios de acordo com a escala de Likert de 5 pontos, assumindo-se como consenso se 50% da média de respostas for ≥4 (inclusão) ou

O que se concluiu?:

Como resultado, foram convidados 10 peritos de 4 Faculdades de Farmácia e Medicina nacionais. Na primeira fase obtiveram-se 9 respostas, tendo sido atingido consenso em 18 dos critérios: polifarmácia, anticoumarínicos ou novos anticoagulantes orais, quimioterapia oral (não hormonoterapia), imunosupressores, antirretrovirais, anti-miasténicos (piridostigmina e neostigmina), insulina, corticóides, neurolépticos, antiarrítmicos, digoxina, carbamazepina, fenitoína, valproato, tiroideus, terapêutica ocular anti-glaucoma, anti-agregantes e internamento no contexto de cirurgia urgente. Foram, ainda, sugeridos antifúngicos sistémicos e opióides. Na segunda fase, responderam 8 peritos. Atingiu-se consenso em 6 critérios: anti-parkinsónicos, beta-bloqueantes, idade ≥65 anos, duração de internamento ≥5 dias, opióides e antifúngicos sistémicos. Na última fase responderam 6 peritos e 1 critério atingiu consenso: sulfonilureias. No final do estudo, 3 critérios não atingiram consenso: ansiolíticos, Inibidor da Enzima de Conversão da Angiotensina ou Antagonistas do Recetores da Angiotensina II e bloqueadores dos canais de cálcio.
Como conclusão, desenvolvemos e validamos uma lista de 25 critérios para identificar doentes com alto risco de sofrer eventos adversos relacionados com a medicação, submetidos a cirurgia ortopédica major.

O que fazer no futuro?:

Estes critérios podem ajudar a melhorar a gestão dos recursos humanos para as atividades de farmácia clínica, priorizando os doentes que beneficiariam mais da RT. A rápida deteção e correção de discrepâncias não justificadas, bem como a elaboração de uma lista completa da medicação atual é crucial para garantir a otimização da terapêutica. Esta metodologia poderá ser replicada no futuro noutras áreas clínicas.

Palavras chave :

delphi
reconciliação terapêutica
alto risco
 
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