Instituição
Hospital de CascaisAutores:
Cátia Carmona, Domingas Palma, Inês Prata, Tatiana Rodrigues, Vanessa RodriguesO que foi feito ?:
Implementação de uma consulta farmacêutica aos doentes seguidos na consulta de esclerose múltipla. Depois de reunido todo o material necessário e definição do projecto e modo de funcionamento iniciámos a consulta a doentes em início de tratamento (diagnósticos de novo ou switch de terapêutica). Realizamos primeira consulta a 6 doentes, com follow-up duas semanas após início de terapêutica (por e-mail ou por telefone). Mensalmente reunimos com a médica responsável pela consulta.
Porque foi feito ?:
Para criar um elo de ligação mais estreito da equipa médica com a farmácia (3 farmacêuticas de referência – partilha de contactos).
Para facilitar o processo de início da terapêutica em doentes novos e introdução de novos medicamentos;
Para monitorizar a adesão à terapêutica (agendamento do levantamento mensal na farmácia e possibilidade de dispensa de medicação para mais do que um mês para evitar deslocações ao hospital).
Para rastrear potenciais interacções medicamentosas e reacções adversas com consequente notificação ao Infarmed, quando aplicável;
Para implementação de reunião mensal com os médicos intervenientes para discussão de casos, resultados e balanço do trabalho desenvolvido;
Para criar e manter uma relação interpessoal com o utente e/ou cuidador (entrega de material informativo e disponibilização de contactos diretos das farmacêuticas);
Para fazer validação prévia da prescrição e garantir que temos mais tempo para atender o utente e esclarecer as suas dúvidas e expectativas em relação à doença e à medicação, prestando um atendimento mais personalizado (posologia, possíveis reações adversas, modo de administração e entrega de kits para os injetáveis, análise da medicação habitual, etc.).
Como foi feito?:
Criação de uma base de dados em Excel com todos os doentes em seguimento e ficha do doente
(identificação, diagnóstico e forma clínica, fármaco, médico, medicação habitual,
patologias concomitantes, data do levantamento, data da próxima consulta, nº de
unidades no domicílio.);
Criação de cartão do doente: Identificação, Medicação actual, data da próxima consulta,
contactos da farmácia;
Criação uma base de dados atualizada sobre as características de cada medicamento
(interações medicamentosas, reações adversas, parâmetros a monitorizar, dose
esquecida, delegado responsável, etc.)
Criação de material informativo para o doente.
O que se concluiu?:
Com a implementação da consulta farmacêutica na aréa da esclerose múltipla criamos uma forte equipa multidisciplinar em que médica e farmacêuticas trabalham em grande proximidade para o tratamento dos doentes com esta patologia. Conseguimos estabelecer uma relação mais estreita com os doentes a quem realizamos consulta e que têm agora farmacêuticas de referência com quem comunicam directamente sempre que necessário.
Conseguimos, ainda, fazer um atendimento muito mais personalizado e completo, tanto em relação a informação sobre o fármaco como sobre a própria doença
O que fazer no futuro?:
De futuro pretendemos extender a consulta a doentes que já estejam em tratamento, iniciando pelos doentes que a médica responsável pela consulta considere que mais beneficiariam da mesma.
Estamos,tambeḿ, a implementar uma tipologia de consulta de início de terapêutica em que fazemos ensino ao doente da forma de administração dos vários fármacos que o médico considere adequados para o doente, de modo a que este possa ser envolvido na escolha do seu tratamento.
Pretendemos ainda distribuir inquéritos de satistfação aos doentes que já estejam em consulta farmacêutica e a doentes que ainda não estejam de modo a perceber o que podemos melhorar e, eventualmente, seleccionar novos doentes para realização da mesma.
Seria importante a criação da consulta farmacêutica para outras patologias, criando-se equipas multidisciplinares especializadas no acompanhamento de doentes.
Palavras chave :
consulta farmacêuticaesclerose multipla
Equipa Multidisciplinar
farmacêuticas de referência