Projeto piloto de Telefarmácia em Ambulatório.

Gestão de Farmácia Hospitalar


Instituição

CHTMAD.EPE

Autores:

Cecilia Cristina Peirone, Ana Ramos, Beatriz Rodrigues, Almerinda Alves

O que foi feito ?:

Implementação da Consulta Farmacêutica no Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD) que inclui:
Identificação do doente, reconciliação terapêutica e envio do tratamento para o domicílio.
Monitorização à distância da terapêutica.
Detecção e correcção de erros de medicação.

Porque foi feito ?:

A propagação do vírus SARS-CoV-2 (COVID-19) sobrecarregou os sistemas de saúde públicos e cuidados de saúde em todo o mundo e veio a propor novos desafios para os mesmos.
Neste contexto, a telefarmácia pode ser considerada uma vertente da telemedicina e compreende o fornecimento de serviços farmacêuticos à distância através do uso de telecomunicação e tecnologias de informação, desenvolvido à responsabilidade do farmacêutico.
Face à crise gerada pela COVID-19, vários países, incluindo os EUA, Canadá, Reino Unido e Austrália, permitiram legalmente a extensão da função dos farmacêuticos, incluindo consultas remotas com pacientes usando plataformas digitais e entrega no domicílio da medicação.
A expansão da utilização da telefarmácia melhorou a prestação de consultas, que se desenvolveram com foco no paciente e no acesso do mesmo aos serviços de farmácia.

Como foi feito?:

Foram escolhidos os doentes com cancro da próstata resistente à castração metastizados com medicação oral porque:
•É uma amostra pequena (31 doentes) em comparação com as outras patologias tratadas no Hospital de dia, tornando mais fácil a gestão dos recursos envolvidos, porém permite a obtenção de resultados estatisticamente significativos.
•Diferentes estudos nacionais e internacionais referem vantagens da terapêutica oral perante a quimioterapia endovenosa neste tipo de patologia, tanto na qualidade de vida dos doentes, como na progressão da doença.

O que se concluiu?:

Devido à falta de Recursos Humanos no Serviço, apenas 30 % dos doentes sinalizados deram seguimento à atividade farmacêutica, não possibilitando a continuidade da mesma.
Todavia, conseguiu-se detetar que a grande maioria dos doentes eram polimedicados, com interações não significativas entre os fármacos revistos na reconciliação terapêutica, e que a grande maioria deles fazia corretamente a toma dos medicamentos aviados para a patologia incluída no estudo (abiraterona, enzalutamida e apalutamida).

O que fazer no futuro?:

A implementação destas novas valências no ambiente ambulatório, representa uma série de benefícios para o doente, desde a redução de custos/tempo do doente e cuidadores; maior acessibilidade aos profissionais de saúde, especialmente para populações residentes em zonas rurais, distantes ou com dificuldades no acesso ao hospital; melhor comunicação e acompanhamento com um modelo de assistência continuado e humanizado; aumento da segurança e melhoria dos resultados clínicos, especialmente em doentes polimedicados; e aumento da proatividade e autonomia do doente

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