Instituição
IPO-PortoAutores:
Iolanda Santos e Helena NevesO que foi feito ?:
Implementação de um procedimento de reconciliação terapêutica num serviço de oncologia cirúrgica, em doentes geriátricos. Avaliação de discrepâncias não intencionais entre a medicação pré-hospitalar e a prescrição médica na admissão hospitalar, detetadas por um farmacêutico, em doentes com patologia oncológica digestiva, admitidos para cirurgia no IPO-Porto. Calculo do impacto económico potencial do procedimento de reconciliação terapêutica.
Porque foi feito ?:
O envelhecimento populacional tem sido foco de atenção no que toca à saúde, uma vez que com o aumento de número de idosos, naturalmente, haverá um aumento da prevalência de certas doenças, nomeadamente, o cancro. Sabe-se que os idosos diagnosticados com cancro constituem um grupo de doentes particularmente propensos a erros de medicação, devido aos complexos regimes terapêuticos a que são sujeitos e às diversas comorbilidades que normalmente apresentam.
Os erros de medicação ocorrem com frequência na transferência de cuidados de saúde como resultado de discrepâncias entre a medicação crónica dos doentes e a medicação prescrita no hospital. A reconciliação terapêutica é um processo que é conduzido com o principal objetivo de aumentar a segurança dos doentes no uso dos medicamentos e evitar erros de medicação.
Como foi feito?:
Foi realizado um estudo observacional descritivo, conduzido durante 3 meses no Serviço de Oncologia Cirúrgica do Instituto Português de Oncologia do Porto (IPO-Porto), Portugal. Foram recrutados para o estudo todos os doentes admitidos, em dias úteis, para cirurgia digestiva, com idade superior a 65 anos.
O que se concluiu?:
O estudo incluiu 65 doentes, com idade média de 73,5 anos. Os doentes apresentavam em média 5,2 (± 2,8) medicamentos prescritos no período pré-hospitalar. Foram reconciliados 676 medicamentos e foram identificadas 505 discrepâncias. No total foram identificadas 30 discrepâncias não intencionais, uma média de 0,5 (±1) por doente. A discrepância não intencional mais comum foi a omissão (70%). Das intervenções realizadas 46,7% foram aceites e resultaram numa alteração da prescrição do doente.
Conclui-se com este estudo que a implementação de um processo de reconciliação terapêutica nos doentes cirúrgicos, em contexto oncológico, é uma mais valia na redução dos erros de medicação e no aumento da segurança dos doentes, quanto ao tratamento farmacológico.
O que fazer no futuro?:
Implementação de programas de reconciliação terapêutica no momento da admissão hospitalar e reconhecer a importância do procedimento como um parâmetro essencial na avaliação geriátrica em oncologia.
Palavras chave :
cirurgia oncológicadiscrepâncias não intencionais
doença oncológica
erros de medicação
reconciliação terapêutica
segurança do doente