Instituição
centro Hospitalar Universitário do Algarve - Unidade Portimão LagosAutores:
Paula Campos, Sandra Mota e Sofia BorgesO que foi feito ?:
Em 2017 foi implementado um programa de dessensibilização a determinados citotóxicos, nomeadamente de paclitaxel, carboplatina, oxaliplatino e irinotecano, em doentes que apresentaram reação de hipersensibilidade (RHS) a estes fármacos, avaliando caso a caso a eficácia da dessensibilização. No último trimestre de 2018 foi efetuada alteração ao protocolo de dessensibilização reduzindo o tempo de administração.
Porque foi feito ?:
Por existirem fármacos com maior potencial para desencadear reações de hipersensibilidade, como os sais de platina e os taxanos, entre outros, houve a necessidade de implementar um programa de dessensibilização para evitar que os tratamentos prescritos fossem interrompidos, adiados ou mesmo substituídos por outros esquemas, que por vezes, não são tão eficazes como o tratamento inicialmente prescrito.
Como foi feito?:
A articulação da equipa composta por Oncologista, Imunoalergologista, Farmacêutico e Enfermeiro foi fundamental para o sucesso da implementação do programa de dessensibilização, assim como para a manutenção deste.
O programa obriga a que se cumpra os seguintes procedimentos:
• Sinalização pela enfermagem do doente que apresenta RHS
• Prescrição de testes cutâneos para averiguar o grau de sensibilidade aos fármacos prescritos
• Validação farmacêutica dos testes cutâneos
• Preparação, pelos Serviços Farmacêuticos, dos testes cutâneos
• Administração e avaliação pela Imunoalergologista
• Discussão de decisão de terapêutica entre a Imunoalergologista, Oncologista e o Farmacêutico
• Prescrição do protocolo dessensibilização pela Imunoalergologista
• Validação do protocolo pelo Farmacêutico
• Agendamento do doente de acordo com a disponibilidade do Imunoalergologista, principalmente nas primeiras horas de perfusão
• Preparação do protocolo de dessensibilização pelos Serviços Farmacêuticos
• Em caso de reação o doente é reavaliado (alteração de velocidade de perfusão, alteração da pré-medicação, …)
• Monitorização do doente nos tratamentos subsequentes
O que se concluiu?:
Apesar de ainda haver experiência com poucos doentes esta tem sido positiva. No último trimestre de 2018 foram seguidos 5 doentes, dos quais dois ainda se encontram a fazer o tratamento inicialmente prescrito e os restantes três fizeram o número de ciclos previstos.
O que fazer no futuro?:
Elaborar um procedimento escrito de atuação para quando ocorre RHS e um modelo de registo das atitudes tomadas em cada caso.
Realizar o protocolo em todos os doentes oncológicos e tratamento que apresentem RHS.