Instituição
Unidade Local de Saúde de Gaia e EspinhoAutores:
Matilde Barros, Ana Carolina Almeida, Ana Rita Soares, Ana LeãoO que foi feito ?:
Informatização do circuito de medicamentos estupefacientes e psicotrópicos através da implementação de armazéns avançados (AA) em vários serviços clínicos da Unidade Local de Saúde Gaia/Espinho (ULSGE).
Porque foi feito ?:
A distribuição de medicamentos estupefacientes e psicotrópicos exige a existência de um circuito especial, dadas as suas características particulares. Neste sentido, por imposição legal e pelas características do próprio medicamento, a distribuição inicia-se com uma prescrição médica por doente onde está presente a denominação comum internacional, a dosagem, a forma farmacêutica, a via de administração e a posologia. O fornecimento ou a reposição deste tipo de medicação é feita por serviço clínico e há várias formas de o executar nomeadamente através de Pyxis, AA ou do preenchimento do anexo X.
Por uma questão de desmaterialização, uniformização de procedimentos e otimização da utilização dos recursos alocados à atividade, decidiu implementar-se AA deste tipo de medicamentos em todos os serviços clínicos da ULSGE, contribuindo para uma melhor gestão, sustentabilidade financeira e ambiental.
Como foi feito?:
Alguns serviços já dispunham de reposição de medicamentos estupefacientes e psicotrópicos através de AA. No entanto, eram ainda muitos os serviços que recorriam ao preenchimento do anexo X. Para a implementação dos AA nestes serviços foi necessário elaborar um cronograma em articulação com os serviços clínicos, serviço de informática e o serviço farmacêutico (SF). Foram definidas as seguintes tarefas: reunião com o enfermeiro-chefe inventariando o stock disponível e fazendo ajustes conforme necessidades e consumos habituais; identificação e formação dos intervenientes no processo (médicos e enfermeiros); iniciação do processo de AA através de uma devolução informática ao serviço farmacêutico e transferência informática de todo o stock estabelecido para o novo AA do serviço clínico.
Para o bom funcionamento deste processo são essenciais registos informáticos nomeadamente da prescrição médica, administração do medicamento ao doente, pedido de reposição do stock consumido, validação médica, validação farmacêutica e satisfação do pedido, receção e conferência dos medicamentos recebidos pela enfermagem.
O que se concluiu?:
Este processo evidenciou ser mais eficiente por múltiplos motivos: simplificação e rapidez na dispensa de medicamentos; otimização do tempo de todos os profissionais envolvidos (enfermeiros, farmacêuticos, assistentes operacionais e assistentes técnicos) no que respeita a deslocações, registos manuais e informáticos por cada Anexo X; maior rigor uma vez que permite identificar e associar o consumo por doente e eliminar erros de ilegibilidade; identificação em tempo real das quantidades em cada AA, permitindo stocks mais reduzidos e ajustados às reais necessidades do serviço, diminuindo desperdícios. Todos estes fatores contribuíram também para a redução dos custos.
O que fazer no futuro?:
No decorrer da execução desta tarefa, foram surgindo algumas limitações, nomeadamente, a informatização deste tipo de medicação no Serviço de Urgência e no Bloco Operatório, pela sua complexidade e dinâmica e ainda dificultado pela falta de integração dos diferentes sistemas informáticos.
Futuramente, será necessário contornar as limitações referidas, manter os stocks ajustados às necessidades dos serviços clínicos e uma contínua comunicação com os mesmos. Além disso, será importante continuar a investir na criação dos restantes AA de estupefacientes e na informatização de outros circuitos de dispensa de medicamentos que ainda carecem de requisição manual.
Palavras chave :
Armazéns AvançadosGestão
Informatização
Estupefacientes
Psicotrópicos